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Baguete francesa é declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco

Outro item tradicional que ganhou reconhecimento foi o rum, que já é produzido em Cuba há mais de 155 anos

Viva a Vida|

Baguete francesa é produzida desde o início do século 20
Baguete francesa é produzida desde o início do século 20 Baguete francesa é produzida desde o início do século 20

A elaboração do rum em Cuba e a fabricação da baguete na França são Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e merecem ser protegidos, declarou a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) nesta quarta-feira (30).

A inscrição nessa lista, anunciada pela organização durante um encontro em Rabat, no Marrocos, representa um apelo aos respectivos governos para que cuidem e mantenham vivos esses patrimônios ancestrais. 

Por mais de 155 anos, oito gerações de mestres acumularam conhecimentos sobre o preparo do rum cubano, para transmiti-los oralmente e na prática diária aos seus aprendizes. 

Esse rum leve, com teor alcoólico de 40%, é obtido a partir do melaço de cana e envelhecido em barris de madeira antes do consumo. 

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A geração que atualmente guarda esse conhecimento é composta de três primeiros-mestres, sete mestres e quatro aspirantes. 

Esse seleto grupo é o repositório, guardião e transmissor do conhecimento originado com o boom agroindustrial açucareiro do século 19. 

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"Para nós, mais do que orgulho, é o verdadeiro reconhecimento da tradição do rum cubano", disse por telefone à AFP o mestre Asbel Morales, de 54 anos, ao saber da notícia.

O domínio masculino que prevaleceu por décadas neste mundo mudou com a presença de duas mestras e outras três aspirantes. 

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Cuba desenvolveu uma escola para mestres do rum concentrada no Movimento dos Mestres do Rum Cubano, que participou da elaboração do dossiê apresentado à Unesco. 

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Já a baguete francesa, com crosta crocante e miolo fofo, é um produto relativamente recente: surgiu em Paris no início do século 20. Atualmente, é o pão mais consumido em toda a França. 

Todos os anos, cerca de 6 bilhões de baguetes são vendidos, o que significa que quase 12 milhões de consumidores as pedem nas padarias todos os dias. Cada baguete pesa aproximadamente 250 gramas. 

Mais do que o próprio produto, a Unesco premia com essa distinção o "savoir-faire", a forma particular de preparar, amassar e assar esse pão, que sofreu, como tantos outros sucessos da culinária francesa, os abusos da industrialização.

Essa inscrição "celebra também toda uma cultura: um ritual cotidiano, um elemento que estrutura as refeições, um sinônimo de troca e convivência", reagiu a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. 

"É um reconhecimento para a comunidade de padeiros e confeiteiros", explicou Dominique Anract, presidente da confederação francesa que reúne esses "artesãos" da farinha e do fermento. 

O prêmio é um reconhecimento às padarias tradicionais, que vêm fechando na França, principalmente no interior. 

Em 1970, havia cerca de 55 mil padarias artesanais (uma para cada 790 habitantes), e hoje há 35 mil (uma para cada 2.000 habitantes), segundo dados do Ministério da Cultura francês.

Nesta semana, a Unesco registrou outras duas tradições ancestrais latino-americanas. 

Uma é o conhecimento ancestral dos indígenas colombianos que habitam o sistema montanhoso da Sierra Nevada de Santa Marta, um vasto território que vai do nível do mar até 5.770 metros de altitude, no norte da Colômbia. 

Essa região é habitada pelos povos autóctones kogui, arhuaco, wiwa e kankuamo, detentores de um conjunto de conhecimentos e tradições que é uma herança "transmitida aos nossos descendentes", explicou a Unesco. 

A cerâmica preta fabricada nos povoados chilenos de Quinchamalí e Santa Cruz de Cuca, cuja matéria-prima corre o risco de desaparecer devido à exploração florestal, também foi reconhecida pelo órgão da ONU.

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