Durante 25 anos, o norte-americano Eric Ladd, nascido em Atlanta, na Georgia, viveu nos Estados Unidos levando uma vida normal, trabalhando e mantendo relacionamentos sociais, pessoais e profissionais.
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Ele trabalhou como comissário de bordo na United Airlines, uma das maiores companhias aéreas do mundo.
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Só tem um detalhe: ele nunca foi, na verdade, Eric Ladd. O comissário era o brasileiro Ricardo Cesar Guedes, nascido em São Paulo.
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Ricardo havia assumido a identidade de William Ericson Ladd, que morreu aos 4 anos, num acidente de carro em 8/8/1979.
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O mecânico de aviões e youtuber Lito Sousa trabalhou na United Airlines e disse que
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Tudo começou em 1996, quando, após entrar nos EUA com o nome verdadeiro e visto de turista, Ricardo conseguiu emitir o documento de seguridade social (equivalente ao CPF no Brasil), em nome de William Ericson Ladd.
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Depois disso, Ricardo tirou o passaporte e arrumou emprego na United Airlines. O comissário de bordo viajou a trabalho para vários países e conseguiu renovar o passaporte americano seis vezes.
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As autoridades americanas só começaram a investigar uma possível fraude em 2020, quando o comissário entrou com um pedido para incluir o sobrenome do marido nos documentos. Ele queria que o companheiro (brasileiro) conseguisse o greencard (visto de permanência nos EUA).
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Ao pesquisar a documentação de Eric Ladd, os funcionários do governo americano estranharam que ele só tivesse número de seguridade social a partir da idade adulta.
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Eric foi investigado durante mais de um ano até que, pelas redes sociais, os policiais identificaram uma mulher no Brasil que parecia ser a mãe dele.
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Com ajuda do governo brasileiro, eles conseguiram as impressões digitais do filho dessa mulher e... bingo: eram as mesmas do homem que se passava por Eric Ladd.
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Ricardo foi preso em setembro de 2021 no aeroporto de Houston. O marido dele deve perder a autorização de permanência nos EUA por ter se casado com um falso cidadão americano.
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A United Airlines disse que Ricardo não é mais funcionário e que a empresa segue um processo rigoroso para as contratações, de acordo com as leis federais.
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A polícia ainda investiga como Ricardo conseguiu tornar-se Eric, oficialmente, obtendo documentos fundamentais da cidadania americana.
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O especialista em Direito Internacional Martin de Luca acha que a descentralização da emissão de certidões nos anos de 1990 pode ter facilitado. Cada estado cuida dos documentos na região e pode ter faltado comunicação:
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Ricardo responde pelos crimes de declaração falsa, roubo de identidade, falsidade ideológica e entrada fraudulenta em áreas de segurança de aeroportos.
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O Itamaraty informou que, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston, está à disposição para prestar assistência a Ricardo.
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O julgamento de Ricardo está marcado para 18 de abril. A família dele no Brasil não quis se manifestar sobre o assunto.