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O que dizem as acusações de assédio ao dono da Brechó Replay 

Denúncias contra Eduardo Costa, empresário e dono da marca, vão de assédio sexual a estupro de vulnerável 

Moda|Nayara Fernandes, do R7

Dono da grife focada em diversidade recebeu diversas acusações de assédio sexual
Dono da grife focada em diversidade recebeu diversas acusações de assédio sexual Dono da grife focada em diversidade recebeu diversas acusações de assédio sexual

A terça-feira do dia 14 de janeiro foi um dia que abalou a imagem do coletivo de moda Brechó Replay. Conhecida como uma grife de destaque pelas campanhas focadas em diversidade, a marca foi severamente afetada pelas acusações de assédio sexual ao empresário Eduardo Costa, fundador do coletivo. A publicação que deu início à série de denúncias foi a do modelo Bruno, que revelou via Twitter diversas investidas sexuais que Costa teria cometido quando ele tinha 15 anos.

Nas redes sociais, relato de modelo deu início a série de denúncias
Nas redes sociais, relato de modelo deu início a série de denúncias Nas redes sociais, relato de modelo deu início a série de denúncias

Desde a publicação de Bruno, as denúncias de assédio não param de pipocar nas redes sociais. O R7 ouviu dois profissionais que tiveram contato com o empresário e contaram histórias de abuso e estupro de vulnerável.

“Quando acordei, ele tinha me penetrado”

Pedro*, de 23 anos, expunha suas criações através da grife. Ele conta que não foi remunerado por sua participação no desfile da Brechó Replay e chegou a viver sob o mesmo teto “com a pessoa que viria a ser seu agressor” durante dois anos. Foi nesse período que, segundo o artista, sofreu um estupro enquanto estava desacordado.

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“Eu morei durante dois anos junto com a pessoa que viria a ser meu agressor. Ele sempre fetichizou a relação de poder entre pessoas maiores e pessoas menores de idade. Para ele, sempre fui um prato cheio, porque apesar de ser maior, me pareço com alguém de dezesseis anos. No fim de 2019 tive uma depressão que me levou a ficar de cama com remédios. Logo, o abuso começou.

Ele ficou responsável pela dosagem do meu remédio. Um dia à tarde tomei mais doses do que deveria e fiquei dopado. Ele pediu para deitar na cama comigo. Dormi. Quando acordei, ele tinha me penetrado e ejaculado dentro de mim. Tomou um banho como se nada tivesse acontecido. No dia seguinte, perguntei por que ele fez aquilo e ele respondeu que era o fetiche dele. Segundo ele, eu quis porque não me mexi e não disse não.

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Me senti culpado e com medo de chamá-lo de estuprador, já que meu trabalho estava ligado a ele e minha moradia. Ficamos dias sem conversar, até que ele me intimou no quarto e disse: ‘Ou a gente namora ou a gente não trabalha mais junto’. Eu decidi ir embora. Desde então, tenho ficado sem casa.” 

“Ele sempre dava um jeito de esbarrar no meu pênis.”

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O modelo Guilherme* tinha 25 anos quando foi convidado para participar de um ensaio não remunerado para a marca, no modo permuta. Durante a sessão de fotos, ele conta que teve suas partes íntimas tocadas pelo empresário.

“Em todas as situações que trabalhamos juntos ou nos encontramos fora de trabalho ele sempre teve um olhar abusivo e objetificador. Sempre dava um jeito de esbarrar o braço ou a mão no meu pênis ou na minha bunda, falava gracinhas indesejadas. ”

Repercussão nas marcas

A exposição do empresário não gerou apenas uma crise de imagem para a grife. Nas redes sociais, famosas como Linn da Quebrada e MC Soffia, que já vestiram as peças da marca, se posicionaram sobre o caso.

“Mesmo não fazendo mais parte do Brechó Replay, estou vendo tudo envolvendo a marca e estou bem triste com toda essa situação. ” Escreveu Soffia. “Minha relação com eles sempre foi apenas profissional. Quem me conhece e segue meu trabalho, sabe que sou contra qualquer tipo de atitude de desrespeito. ”

A Casa de Criadores, um dos principais eventos de lançamento de estilistas na moda brasileira, também se posicionou.

“Acreditamos que os fatos aqui descritos são muito graves e nunca seremos coniventes com qualquer tipo de assédio, até porque a Casa de Criadores sempre lutou para tornar a moda brasileira mais justa, inclusiva e transparente.” 

Outro lado

O R7 entrou em contato em duas ocasiões para obter o posicionamento da marca e do empresário, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

* Pedro e Guilherme são nomes fictícios usados a pedido dos entrevistados

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