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Análise: a chamada distribuição de renda é justa?

Muito se fala na desigualdade social do Brasil e, para alguns, a distribuição de renda seria a solução para corrigir injustiças. Mas será mesmo?

Patricia Lages|Do R7

Renda precisa ser gerada e não distribuída
Renda precisa ser gerada e não distribuída Renda precisa ser gerada e não distribuída

Para começarmos a analisar o assunto é preciso entender o conceito de distribuição de renda que, em poucas palavras, é tirar dinheiro de quem tem para dar a quem não tem. Pode parecer muito justo, mas só parece. E bem de longe.

Em sala de aula, um aluno autointitulado socialista travou uma discussão ferrenha com a professora, apontando os ricos como exploradores dos pobres e que, portanto, havia uma “dívida social” que precisava ser paga. Em sua explanação, dizia ser um absurdo ricos terem coisas sobrando, enquanto os pobres vivem sem dignidade.

Diante disso, a professora o questionou sobre sua casa, se havia algum cômodo sobrando. Sim, havia um “quartinho” que não era utilizado desde a morte da avó, as fotos estavam em seu iPhone: uma suíte relativamente ampla com cama queen size. A professora pergunta se não seria justo ceder o cômodo sem uso a um casal de moradores de rua, pois viveriam ali com dignidade: cama, água quente, um teto sobre as cabeças. Mas como a distribuição de renda é justa só de longe, o aluno se indignou, afinal, o avô havia trabalhado duro para comprar a casa e ninguém iria valorizar o sacrifício se recebesse de “mão beijada”.

Esse modelo de distribuição de renda só tende a diminuir justamente o que faz a renda aumentar: a produtividade. Sobre isso, o educador financeiro Bruno Perini definiu bem em seu perfil do Instagram: “Se os indivíduos mais produtivos são punidos com o confisco de parte de sua renda e os menos produtivos são recompensados pela falta de produção, qual será a consequência lógica desse sistema? Uma diminuição de produtividade futura. O exato contrário daquilo que traria mais renda.”

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Renda é algo que precisa ser gerado e não recebido ou distribuído. Há muitas pessoas que optam voluntariamente em doar parte de seus rendimentos a instituições e pessoas. Esse direito de escolha sobre os bens de cada um tem de ser preservado. Traga o conceito da distribuição de renda para perto para sentir na pele o que significa e questione-se novamente se é justo ou não. A análise de longe não tem utilidade, é preciso incluir-se na questão para poder opinar. Tem algo sobrando? Ótimo, tem alguém querendo usar!

Falar sobre empoderamento e protagonismo, mas ao mesmo tempo trazer à baila um discurso vitimista é apenas somar mais um capítulo à novela Hipocrisia Nossa de Cada Dia. É momento de inspirar as pessoas a pensarem diferente, a fazerem a diferença e a deixarem de almejar pela chegada de um Robin Hood que resolva tudo por elas.

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As melhores oportunidades se fazem justamente nas adversidades. Foi assim comigo – e ainda é – e também será com quem estiver disposto a arregaçar as mangas e fazer sua parte. Apenas pessoas fortes são capazes de criar uma nação forte.

Patricia Lages

É jornalista internacional, tendo atuado na Argentina, Inglaterra e Israel. É autora de cinco best-sellers de finanças e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. Ministra cursos e palestras, tendo se apresentado no evento “Success, the only choice” na Universidade Harvard (2014). Na TV, apresenta o quadro "Economia a Dois" na Escola do Amor, Record TV. No YouTube mantém o canal "Patrícia Lages - Dicas de Economia", com vídeos todas as terças e quintas.

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