Desafio é o que nos faz crescer, amadurecer e vencer
PixabayQuando vislumbramos o futuro, geralmente pensamos em como seremos mais evoluídos e quanto os problemas de hoje não nos afetarão tanto amanhã. Porém, em diversos aspectos, o que temos visto é mais uma involução do que um progresso.
Temos sido inadvertidamente assolados pela onda do vitimismo, que insiste em colocar a mulher, os mais pobres, os negros e vários outros grupos como seres que, sem a ajuda de terceiros (principalmente de políticas populistas), jamais chegarão a lugar algum.
Assim como a burocracia cria dificuldades para vender facilidades, o vitimismo cria vítimas para vender heróis. Falsos, claro. Agora, para avançar a agenda “progressista” que mais promove retrocesso, surge um novo movimento: o dos perdedores voluntários.
Agora, a ordem é convencer as pessoas de que chegar por último em competições esportivas “faz bem à saúde”. A justificativa chega a beirar o ridículo: “em uma cultura que celebra velocidade e poder, há pouca glória em ser alguém que chega no fim”. Mas a questão é que não há pouca glória em chegar por último, mas, sim, glória alguma.
Estamos testemunhando a falta de perspectiva das novas gerações, a altíssima prevalência de depressão e a ausência de interesse em progredir. Segundo o IBGE, até a metade de 2021, a geração nem-nem — composta de pessoas que nem trabalham nem estudam — representava 30% dos brasileiros até 29 anos. São mais de 12,3 milhões de pessoas nessa situação, um número maior do que o de desempregados no país.
Esse é um dos resultados da implantação da aprovação automática nas escolas, que desestimulou os alunos, já que, estudando ou não, todos passam de ano. Essa é a colheita da má semente do merecimento em detrimento do mérito, ou seja, frutos da ideia de que todos merecem tudo pelo simples fato de existirem, sem que se esforcem para adquirir méritos reais.
Como os nem-nem receberão mais esse conceito fajuto de que devemos almejar os últimos lugares para “o bem de nossa saúde”? Ora, a vida é composta de inúmeros desafios, momentos de estresse e uma infinidade de situações difíceis que requerem de nós sacrifícios. Ninguém gosta desse lado da vida humana, porém, é isso que nos faz crescer, amadurecer e vencer. Tirar isso das pessoas é mutilar seu desenvolvimento, criando gerações apáticas, desinteressadas, anestesiadas. Mar calmo nunca fez bom marinheiro, logo, não é muito difícil prever que futuro terão aqueles que se contentarem em estar no último lugar...
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