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Análise: Dia das Crianças com presentes ou presença?

Se há algo de positivo na quarentena com milhões dentro de casa foi a aproximação de pais e filhos, pois a presença ainda é o melhor presente

Patricia Lages|Do R7

Presença dos pais com os filhos é o melhor presente
Presença dos pais com os filhos é o melhor presente Presença dos pais com os filhos é o melhor presente

O estudo Co-Spyce, realizado pelas Universidades de Reading, Oxford e Southampton revela que a presença dos pais em casa trouxe melhora no comportamento e atenção dos filhos.

Ao todo, 972 famílias monitoraram variações nas emoções, desobediência, níveis de atenção e outros comportamentos durante um mês, entre abril e julho, em crianças de 2 a 5 anos.

Uma das conclusões é que filhos cujos pais trabalham fora, mas em razão da quarentena ficaram em casa, apresentaram melhoras significativas. A pesquisa também aponta que a companhia dos pais fez com que as crianças tivessem menos ataques de raiva e maior estabilidade emocional ao longo do mês.

Entre as famílias pesquisadas, 15% dos pais estavam desempregados, enquanto 85% tiveram de continuar trabalhando de casa. Mesmo passando grande parte do dia envolvidos com o trabalho, nota-se que apenas o fato de os pais estarem presentes foi suficiente para que seus filhos se sentissem mais seguros e se tornassem menos agressivos.

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Diante de todas as cobranças e despesas cada vez mais altas que a sociedade moderna impõe a todos, não são poucos os pais que delegam a educação dos filhos à escola, os cuidados diários a uma babá ou algum parente e que tentam compensar sua ausência com coisas materiais. 

Porém, a falta de atenção emocional e da presença física de ambos os pais, gera uma série de consequências negativas nos filhos, e querer preencher essa lacuna com presentes só aumenta o problema. Isso porque, mesmo sem intenção, cada vez que isso ocorre o que está sendo ensinado aos pequenos é que quando algo lhes falta, um brinquedo, uma roupa ou algo material vai suprir sua necessidade.

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Além da dinâmica emocional equivocada, que pode fazer delas compradoras compulsivas no futuro, as crianças não aprenderão a valorizar o que têm, simplesmente por receberem coisas o tempo todo e não terem tempo de sentir falta de nada. Perde-se a graça de criar o desejo, de fazer algo para ter o que quer, de esperar um dia especial para viver o momento da conquista. Ao receber tudo o que quer – e o que nem sabia se queria ou não – a criança não desenvolve a noção de limites e cria uma percepção errada sobre o mundo e as pessoas que a cercam.

Tempo de qualidade não são apenas aqueles poucos momentos em que se coloca tudo de lado para estar 100% atento à criança. Segundo o estudo, apenas o fato de os pais estarem perto por mais tempo foi capaz de trazer segurança aos filhos. Crianças pequenas não têm discernimento para resolver questões emocionais sozinhas em um quarto cheio de brinquedos.

Neste Dia das Crianças, aproveite este ano atípico e dê mais presença que presente. Aproveite para criar as melhores lembranças na memória de seus filhos. E aproveite para lembrar que pais e mães ainda são – e sempre serão – insubstituíveis.

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