Patricia Lages Análise: Ditadura do empoderamento feminino desempodera e fragiliza mulheres

Análise: Ditadura do empoderamento feminino desempodera e fragiliza mulheres

Empoderamento impõe às mulheres medos, dúvidas, fardos pesados e perda do protagonismo nos relacionamentos

Empoderamento feminino entrega um fardo pesado

Empoderamento feminino entrega um fardo pesado

Gordon Johnson/Pixabay

É cada vez maior o número de mulheres que se sentem sobrecarregadas, frustradas e infelizes com as imposições que os movimentos feministas ditam por meio da cultura do (falso) empoderamento. Como costuma acontecer, narrativas como essa vendem ideias que parecem ótimas, mas que, na prática, causam o efeito oposto.

Enquanto o empoderamento feminino promete protagonismo e independência, entrega exatamente o contrário: fardos pesados demais e dependência da aprovação do movimento em tudo o que fazem, incluindo a linguagem que podem ou não utilizar.

E, acredite, a forma de falar influencia a forma de pensar que, consequentemente, influencia a forma de julgar os fatos. Um dos inúmeros exemplos é a mensagem abaixo, enviada por uma seguidora, que usou um nome falso por medo de parecer uma mulher não empoderada:

“Sou uma mulher madura de 48 anos, sem filhos, com emprego, carro, estabilidade etc. Namoro um rapaz de 55 anos e cinco filhos de quatro mulheres diferentes. Ele não tem sorte... Não tem emprego fixo, não tem bens e não tem como pagar as pensões dos filhos. Eu o ajudo financeiramente, porque sei que ele me ama, diz isso todos os dias. Será que estou errada em querer alguém que passe segurança? Estou sendo interesseira em querer que ele ajude nas contas de casa? Tenho receio de cobrar, porque a casa é minha, ele só está morando aqui. Sou uma mulher empoderada e não quero perder isso”.

O tom jovial que ela usa para falar dele contrasta com o tom senhorial quando menciona a si mesma, ainda que ele seja sete anos mais velho. Para ela, ele é apenas um “rapaz sem sorte”, e não um homem displicente, com diversos relacionamentos malsucedidos, ou um pai irresponsável que não está preocupado em prover os próprios filhos. Ela, por outro lado, percebe a si mesma como uma “mulher madura” que mais parece mãe do que namorada.

Assim se encontram muitas mulheres empoderadas: cheias de dúvidas, medos, intimidadas e sem nenhum protagonismo nos relacionamentos. São verdadeiros ímãs de homens que se aproveitam de suas carências, ao saber que um simples “eu te amo” de vez em quando vai fazê-las se acharem as mulheres mais sortudas do mundo. Tudo isso apenas para não serem taxadas de desempoderadas, quando, na verdade, é exatamente o que são.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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