O ator Jussie Smollett
EFE/EPA/TANNEN MAURYMais do que nunca, pessoas e empresas têm se apropriado de causas legítimas ilegitimamente, ou seja, por interesse próprio. A publicidade brasileira, que sempre exibiu um padrão europeu de beleza, agora traz uma overdose de “diversidade forçada” unicamente para lucrar na onda politicamente correta. O mundo está sendo invadido por um amor artificial a minorias que nunca foram – e continuam não sendo – verdadeiramente respeitadas. A diferença é que, agora, discursar em favor delas dá lucro.
E quando o assunto é lucrar, há quem não reconheça limites, como aconteceu com o ator americano Jussie Smollett, que fazia parte do elenco da série Empire. Em 29 de janeiro de 2019, Smollett relatou à polícia de Chicago que havia sido vítima de um ataque racista e homofóbico quando saía de um restaurante. Supostamente, dois irmãos nigerianos teriam atacado o ator por ser negro e gay.
Ao investigar o caso, a polícia de Chicago suspeitou que Smollett teria forjado o ataque. O motivo seria a insatisfação do ator com o próprio salário, o que o teria levado a bolar um crime que parecia perfeito: aproveitar-se das pautas que vitimizam negros e gays para ganhar notoriedade e, de quebra, um aumento.
Como os supostos agressores também eram negros, foi preciso contextualizá-los como “apoiadores do ex-presidente Donald Trump”. Afinal de contas, acusar negros de atacar outro negro por crime de ódio contra negros ficaria meio estranho. Enfim... A questão é que Smollett, que chegou a ser preso, estava mesmo disposto a seguir com a encenação e processou a cidade de Chicago, acusando o prefeito e o chefe de polícia de terem arruinado sua reputação.
Porém, nesta quinta-feira (9), o ator foi condenado por cinco dos seis crimes de que era acusado, incluindo reportar crime falso e conduta desordeira, cuja pena pode chegar a três anos de prisão. Ainda não foi divulgada a data para a sentença.
Jussie Smollett conseguiu mais do que arruinar a própria reputação (enquanto acusava outros de fazerem isso). Atitudes como essa podem dar margem a que os reais crimes de ódio sejam vistos apenas como “mimimi” e não recebam a devida atenção. É preciso que a sociedade entenda que essa criação de divisões e subdivisões, aliada à fabricação diária de novas “vítimas”, beneficia alguns poucos enquanto prejudica a todos. Ver a tática “dividir para conquistar” funcionar perfeitamente em pleno século 21 é tão decepcionante quanto ver um negro envolver outros negros em um falso crime, o que o tornou um culpado real.
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