Patricia Lages Análise: Pequeno passeio por narrativas fantasiosas que afundam qualquer país

Análise: Pequeno passeio por narrativas fantasiosas que afundam qualquer país

Com apoio da imprensa, acontecimentos têm sido usados para impor narrativas que não deram certo em nenhum lugar

Narrativas criadas acabam virando mantras

Narrativas criadas acabam virando mantras

Pixabay

A história da política mostra há séculos que não importa se as intenções são boas, o que vale são os resultados. O congelamento de preços, que só na Argentina acontece pela nona vez sem nunca ter dado certo, é um dos exemplos de políticas ineficazes que os populistas amam e insistem em repetir.

As medidas tomadas por Alberto Fernandez, presidente da Argentina, são como tentar enxugar o chão abrindo mais torneiras. Quanto mais ele tenta conter a inflação, mais apela para atitudes que só a fazem crescer, e os mais de 100% de inflação projetada para 2022 só confirmam isso. Mas é exatamente isso que mantém maus políticos no poder: promessas ridículas para solucionar problemas complexos causados por eles mesmos.

Os países que adotaram o “fique em casa e a economia a gente vê depois” e imprimiram dinheiro adoidado – jurando que isso não causa inflação – são os mesmos que agora culpam terceiros pelo desastre econômico que causaram. Porém, a narrativa de que tudo aquilo era “para salvar vidas” foi tão bem feita que até hoje, mesmo com mais pessoas morrendo de fome do que de Covid, ainda surte efeito. Foram falas tão repetidas por tanto tempo que mesmo diante de fatos contrários há quem ainda as repita como se fossem um mantra.

Outra narrativa que colou com grande aderência foi a de que a democracia no Brasil estava em risco e que, para evitar essa tragédia, o governo mais corrupto de toda história deste país deveria voltar ao poder. Colou ou foi colada às custas de muitas invencionices, inclusive a de que o Brasil tem 33 milhões de pessoas passando fome, quando o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a extrema pobreza caiu para a mínima histórica.

A semântica nunca foi tão explorada pela militância jornalística que, para citar apenas um exemplo, demonizou o que batizou de “orçamento secreto”, mas que agora, devido ao “seu candidato” sinalizar que irá mantê-lo, passou a chamá-lo de “emendas de relator”, o que, diga-se de passagem, agora é considerado positivo e necessário para o país.

Para fechar por hoje, aqueles que disseram que Lula faria alianças com o “centrão”, que estava em uma fase moderada e que formaria uma equipe técnica para governar estão com o rabinho entre as pernas depois dos possíveis (e catastróficos) indicados. Isso porque só na equipe de transição há 18 condenados ou suspeitos por crimes de corrupção.

E tudo isso apenas duas semanas depois das eleições, ou seja, vem muito mais por aí.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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