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Análise: Relacionamentos baseados em seres humanos sob medida

Quem não se encaixar perfeitamente ao “molde” de perfeição idealizado pelo outro não está apto para se relacionar com ele 

Patricia Lages|Do R7

Atualmente as pessoas desconfiam umas das outras logo de início
Atualmente as pessoas desconfiam umas das outras logo de início Atualmente as pessoas desconfiam umas das outras logo de início

Como não tenho conhecimento de que haja uma pesquisa para embasar o ponto de vista da análise de hoje, vou me valer das minhas próprias experiências e das de outras pessoas com quem conversei sobre o assunto.

A impressão que se tem é que, hoje em dia, assim que duas pessoas são apresentadas, em vez de buscarem seus pontos em comum, suas semelhanças e quaisquer coisas que possam aproximá-las, a maioria parece estar investigando o outro, sondando cada movimento e analisando cada palavra em busca de algum deslize.

É como se um único ponto de discordância fosse muito mais importante do que todos as similaridades. A questão é que não existe relacionamento, quer seja de marido e mulher, pai, mãe, irmãos ou melhores amigos, onde não haja diferenças. É simplesmente impossível que duas pessoas concordem 100% sobre todas as coisas, ainda que se amem profundamente.

Porém, apesar de que essa é uma constatação óbvia, parece que as pessoas estão idealizando seu próprio conceito de ser humano perfeito e projetando essa imagem ilusória em terceiros, onde, aquele que se encaixar, serve, aquele que não se encaixar, deve ser descartado. Um dos diversos comentários de seguidores que recebo diariamente expressa bem essa busca pelo ser humano sob medida:

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“Patricia, acompanho seu canal há três anos e aprendi muito. Paguei minhas dívidas, limpei meu nome depois de 4 anos sujo. Você abriu minha cabeça para fazer renda extra e já vejo um caminho. Mas, em um dos seus vídeos você foi muito infeliz usando uma palavra péssima (vitimismo). Quando ouvi essa palavra não escutei mais nada, só pensei em vir aqui registrar que estou deixando de te seguir, você não é quem eu pensei que fosse...”

Nessa ocasião, eu já havia publicado mais de 300 vídeos sobre educação financeira, empreendedorismo e desenvolvimento pessoal. Nenhum deles promovendo a mim mesma como “mentora” ou vendendo consultoria, porém, apesar de ter produzido centenas de horas de conteúdo educativo e 100% gratuito, uma palavra em um vídeo (que tinha toda razão de estar naquele contexto) foi o suficiente para um “rompimento”, pois eu não sou quem a ex seguidora “pensou” que eu fosse, seja lá o que isso queira dizer.

Este é um pequeno exemplo de que chamar o nosso tempo de “era da tolerância” não passa de uma grande mentira. Jamais haverá tolerância onde se exige de seres reais e imperfeitos nada menos do que uma perfeição fantasiosa.

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