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Armínio Fraga é mais um que 'fez o L', mas agora está 'com medo'

O ex-presidente do Banco Central declarou voto 'de convicção' em Lula no segundo turno, mas está temeroso diante de medidas anunciadas pelo PT

Patricia Lages|Do R7

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central

“Meu nome é Armínio Fraga, eu sou economista, eu vou votar no Lula no segundo turno. Esse é um voto de convicção”, declarou Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (1999-2003), atuando como cabo eleitoral durante a campanha de Luís Inácio Lula da Silva.

Apenas algumas semanas depois, mesmo antes de Lula assumir o posto que ele ajudou a conquistar — não apenas com seu voto, mas com o das pessoas que se fiaram em seu aval —, Fraga muda o discurso: “Eu votei e não me arrependo, mas agora eu tô com medo... Eu tô com medo...”. Difícil entender o que pode significar estar com medo, mas não estar arrependido por ter ajudado a causar o próprio medo. Enfim...

A verdade é que qualquer pessoa com algum nível de conhecimento sobre o mercado financeiro sabe muito bem que o governo Lula é um risco enorme para a economia do país. Não dá para acreditar que pessoas com o nível de conhecimento de Fraga “fizeram o L” por pura ingenuidade. Há muito mais debaixo da superfície e nas entrelinhas das declarações públicas.

As nomeações dos ministros de Lula, suas falas mais radicais do que em governos anteriores e as manobras que já começaram a ser feitas em Brasília — como a mudança da Lei das Estatais aprovada em tempo recorde na calada da noite — já assustam o mercado financeiro, incluindo os pseudoliberais — como Armínio Fraga — que apoiaram Lula, não se sabe a troco de quê.

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É preciso ter cautela e muita atenção para interpretar com clareza os sinais nas falas e medidas de Lula, pois, infelizmente, a velha imprensa não colabora em nada com isso, ao contrário, confunde. Para citar apenas um exemplo entre os inúmeros que há, enquanto exibe um discurso de Lula em que ele diz — em um português sofrível — que “‘vai’ acabar as privatizações nesse país” (o que será um prato cheio para a corrupção e a troca de favores), a CNN exibe uma tarja com o texto: “Reforma tributária é para corrigir injustiças”.

A questão é que não há novidade alguma em relação à movimentação que já se iniciou, pois trata-se apenas do PT sendo o PT e fazendo o que o PT sempre fez: muita politicagem, muito discurso populista e muita troca de favores (às custas do dinheiro do contribuinte) para aparelhar o sistema que servirá aos seus próprios interesses.

Se os ricos e poderosos do país, que podem pular do barco na hora que quiserem, estão com medo do que vem por aí, a população em geral, que não tem para onde correr, deveria estar muito mais temerosa.

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