Henrique Meirelles foi presidente do Banco Central por dois mandatos e ministro da Fazenda
DivulgaçãoImagine que você tenha sido presidente do Banco Central por dois mandatos e também ministro da Fazenda. Para assumir tais cargos, é claro que você deve ter todo o conhecimento necessário, além de uma série de requisitos que poucos mortais têm. Esse é o caso de Henrique Meirelles, que, segundo documento divulgado pelo site Poder360, fez uma análise a respeito dos três modelos econômicos adotados pelos governos Lula e Dilma, dos quais ele fez parte.
Segundo Meirelles, o primeiro governo jogou dentro das regras de responsabilidade fiscal, atuando na geração de empregos e na redução da pobreza. Na avaliação do analista político Gustavo Segré, o PT fez uma “administração violinista”, com um governo de esquerda, mas conduzindo a economia com a mão direita, ou seja, segundo conceitos econômicos de direita. Voltando à opinião de Meirelles, o segundo mandato não se preocupou com os cofres públicos, colocando causas sociais à frente das decisões, e o terceiro, já sob o comando de Dilma, levou o país à recessão.
O ex-ministro reforçou que ainda não é possível saber qual caminho será adotado se Lula for eleito, mas, segundo o Poder360, ele afirmou que, embora deseje que o primeiro modelo seja o escolhido, o que deve acontecer é uma condução mais alinhada à administração Dilma, “especialmente porque quem desenvolveu esse programa foi um grupo de economistas que acreditam fortemente no papel do Estado e de empresas estatais como indutores do desenvolvimento”.
Porém, diferentemente da opinião acima, Meirelles emitiu uma nota nesta terça (18) dizendo que Lula irá priorizar as responsabilidades fiscal e social e que “outras interpretações” de suas falas “são puro ruído”.
Realmente há muito ruído, mas que não parece ser por má interpretação de falas, e sim pelas controvérsias do próprio interlocutor, que ora diz uma coisa, ora diz outra. E ele não é o único; afinal de contas, não faltam Janones, Ciros, Tebets, Alckmins e tantos outros que acusavam Lula de ser o líder da maior quadrilha criminosa da história do Brasil e agora fingem que jamais disseram tais coisas.
Mas, independentemente de virarem a casaca ou não (e dos motivos que os levam a fazer esses tremendos papelões), o que temos é: de um lado, um candidato que se recusa a divulgar seu plano de governo e, de outro, parte da população disposta a assinar um cheque em branco para quem já assaltou o país. Que outra interpretação se pode fazer a respeito disso?
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